IPAAM RECOMENDA QUE ÁGUA PRÓXIMO AO PORTO DA CEASA SEJA EVITADA PARA BANHO E CONSUMO
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) orienta que a população não consuma ou tome banho nas águas atingidas pelo vazamento de óleo diesel de um rebocador no terminal próximo ao Porto da Ceasa. Ao menos 1.800 litros de óleo foram derramados após o naufrágio de um rebocador na madrugada de segunda-feira (27), porém o órgão acredita que o desastre possa ter sido maior. Um laudo pericial está sendo preparado e deverá ficar pronto na próxima quarta-feira (5).
As informações são do presidente do Ipaam e secretário de Meio Ambiente, Marcelo Dutra. Segundo ele, equipes do Ipaam estão atuando diurnamente para mensurar os danos. Até o momento, o órgão não possui informações exatas sobre a quantidade de comunidades afetadas pelo vazamento de óleo ou número de pessoas. O óleo derramado percorreu, até aqui, um trajeto fluvial de 10 quilômetros.
Dutra informou que o óleo chegou a 20 metros da área da estação do Programa Águas para Manaus (Proama), no bairro Mauazinho, onde funciona a estação de captação e distribuição de água para várias zonas de Manaus. Lá, ele afirma que a preocupação tem sido maior por existir a comunidade Mauá, localizada a poucos metros da estação.
Apesar do problema, ele afirma que até o momento a Manaus Ambiental não sinalizou qualquer indício de contaminação na área do Proama, mas não descarta a interrupção do serviço.
"Não notamos grandes manchas de óleo nessas comunidades, mas sim um espelhamento, que já chega até praias e alguns igarapés. Por isso estamos orientando a população a não entrar em contato com essa água nos próximos dias", disse.
MULTA
O órgão informou ainda que não há como estimar a multa contra a empresa responsável pelo rebocador. Ele afirma que no laudo vai constar informações do dano causado nas comunidades e ao meio ambiente, e só a partir dele será possível aplicar um valor.
O presidente do Ipaam disse ainda que a empresa informou ao Ipaam que o rebocador carregava 1.800 litros de óleo, mas o instituto acredita que a carga possa ter sido maior. Apenas o laudo pericial poderá comprovar os valores. A Petrobras foi acionada pelo Ipaam para custear o deslocamento de servidores do órgão até os locais.
"Esse laudo vai dizer qual o tipo de produto, a quantidade, as reações dele no Rio Negro, na areia, na vegetação, nos peixes e comunidades. Vai dar a dimensão da mancha, a precipitação, a volatibilidade do produto e muitos detalhes técnicos que vão apontar o tamanho da multa e os atos que a empresa precisa tomar para operar novamente", informou.
Dutra ainda afirmou que o Ipaam vai tomar medidas para evitar possíveis novos casos. "As empresas precisam passar passar por inspeções permanentemente e vamos intensificar vistorias mais duras em toda a orla do Rio Negro", declarou.
Pessoas que têm atividades comerciais ligadas à pesca, por exemplo, podem procurar o Ipaam para buscar informações de como proceder diante dos prejuízos causados pelo desastre ambiental.
O Ipaam informou que vai solicitar apoio da Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS) para identificar as famílias nessas regiões com risco de contaminação.
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