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ADOLESCENTE MORRE APÓS SER BALEADO NAS COSTAS, NA MINIVILA DO SANTO ANTÔNIO, EM MANAUS


Hering Silva Oliveira, 15, morreu, no início da noite desta quinta-feira (25), após ser baleado, com um tiro nas costas, na Minivila Olímpica do Santo Antônio, na Avenida Luiz de Camões, bairro Santo Antônio, zona oeste de Manaus. A família do adolescente informou suspeitar que o tiro foi disparado pela equipe de policiais militares da 5ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom). Já a Prefeitura, que responde pela Minivila Olímpica, informou que houve troca de tiros entre policiais e homens armados. A reportagem aguarda posicionamento da Polícia Militar acerca da situação.

De acordo com um tio do adolescente, o industriário Raimundo Nonato Lima, 45, Hering estava no campo de futebol da Minivila Olímpica. Por volta das 16h, o adolescente estava esperando o horário de jogar com alguns colegas quando foi surpreendido pela presença dos policiais militares. A 5ª Cicom, segundo o industriário, recebeu uma denúncia de que alguns homens armados estavam no campo.

Com base no relato de moradores, o tio do adolescente disse que os policiais se aproximaram, os garotos se assustaram e correram. “E nisso o meu sobrinho pegou um tiro pelas costas. Meu cunhado correu (para acudir) e um policial pediu ajuda para colocar o adolescente na viatura e levar para o SPA (Serviço de Pronto Atendimento) São Raimundo”, disse o industriário, acrescentando não saber se o policial que socorreu o jovem é o mesmo que atingiu Hering.

O garoto morreu pouco tempo depois. O tio não soube informar se o sobrinho morreu a caminho do SPA ou após ter chegado à unidade de saúde. Nervoso e sem querer acreditar nas circunstâncias da morte do sobrinho, Raimundo ficou indignado ao saber, por vizinhos, da suspeita de que Hering estava portando uma arma de fogo. “Tão (sic) falando que ele tava (sic) armado, mas chegaram dando tiro nas costas dele”, disse.

Em nota, a Prefeitura de Manaus, que responde pela Mini Vila Olímpica, divulgou outra versão do ocorrido. Conforme a prefeitura, uma equipe de policiais militares foi “recebida a tiros por infratores e, em perseguição policial, um dos envolvidos foi baleado após pular o muro da Minivila Olímpica”.

Um dos líderes comunitários do Santo Antônio, Cléber Pinheiro, 41, disse que o jovem era participativo na vida do bairro e que frequentava aulas de capoeira, dança, além de jogar futebol. “Nós nunca vimos ele envolvido com drogas, com tráfico. E se tivesse (envolvimento), o papel da polícia seria trazer para a delegacia e não agir dessa forma”, disse.

Revoltados com a notícia da morte do adolescente, cerca de 50 pessoas, entre moradores e curiosos, se aglomeraram em frente ao 5º Distrito Integrado de Polícia (DIP), a menos de cem metros do campo de futebol e da casa onde morava Hering. Por volta das 19h, algumas das pessoas que estavam no local quebraram a porta de vidro principal da delegacia.

Por volta das 20h30, policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e do Grupo Fera, da Polícia Civil, estiveram no local. Às 21h, o secretário de Segurança Pública, coronel da Polícia Militar Amadeu Soares, foi até a delegacia.

Ao perceber a presença do secretário, os moradores e curiosos fizeram barulho e gritaram pedindo por justiça. Soares conversou com moradores, em frente ao 5º DIP, e pediu calma. “Vamos primeiro apurar. Deixar sair os dados oficiais”, disse.

Até 21h30 desta quinta-feira, a mãe de Hering, a dona de casa Marlene Lima Silva, 42, estava sendo ouvida pela equipe do 5º DIP. Até a publicação desta matéria, a Polícia Militar ainda não havia se pronunciado sobre o ocorrido à reportagem.

Mais tarde, em uma rede social e a um portal de notícias, o titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP), coronel Amadeu Soares, afirmou que o adolescente estava acompanhado de, pelo menos, outros sete jovens. O secretário estava ao lado do comandante da Polícia Militar do Amazonas, coronel Cláudio Silva.

De acordo com Soares, o corpo do jovem será submetido a um exame residuográfico de pólvora que identifica vestígios que são expelidos após a combustão do explosivo presente nos cartuchos de arma de fogo. O laudo desse exame permitirá identificar se Hering estava armado. “O que é imprescindível nessa investigação é saber se o garoto estava ou não armado”, disse Amadeu.

Ainda conforme o secretário de Segurança Pública, os policiais militares envolvidos na ocorrência podem ser afastados do serviço operacional e a Polícia Civil segue conduzindo o inquérito policial sobre a morte do adolescente.

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