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MAIS DESEMPREGO E MENOS UNIVERSIDADE


O padre Humberto Guidotti, em suas palestras, lembrava palavras de encíclicas papais que dizem que “o trabalho dignifica o homem” e “o trabalho é a chave da questão social”. Já o grande educador Paulo Freire, patrono da educação no Brasil, defendia uma educação libertadora com professores e instituições educacionais valorizados.

Bem atuais essas palavras, diante da crise no Brasil, com o aumento do desemprego e o corte de recursos da universidades públicas.

No dia do trabalhador e da trabalhadora, nada a comemorar. Pelo contrário, muita tristeza e desânimo em função da falta de perspectivas de trabalho da população.

O IBGE anunciou esta semana que o desemprego aumentou para 12,7%. São 13,4 milhões de pessoas sem emprego. Cresceu o trabalho informal, sem garantias trabalhistas e previdenciárias.

Sem emprego, sem consumo. Com menor poder aquisitivo, menos compras e menos produção. Os indicadores do PIB estão cada vez menores. Tinham estimado o PIB de 2019 em 2,5%. Já baixaram para 1,7%. Vai cair mais.

Para piorar, o governo Bolsonaro (PSL) propôs acabar com a política de aumento real do salário mínimo. Menos renda para a população mais pobre.

Junto com desemprego, vem a decisão do Ministério da Educação (MEC) de reduzir os recursos na área da educação, com cortes de 30% no orçamento das universidades públicas. Um golpe duro contra o ensino superior gratuito. Muitos programas, cursos, mestrados, doutorados, projetos de pesquisa e extensão serão reduzidos. Menos vagas para graduação e menos oportunidades para os jovens.

E ainda estão fazendo mais: esse Governo quer reduzir também os investimentos federais nos cursos de filosofia e sociologia das faculdades, para focar em áreas que dizem gerar retorno imediato ao contribuinte. Quer abrir mão da formação dos pensadores nas ciências humanas. Também quer influenciar na escolha dos reitores e na livre cátedra dessas instituições e sua autonomia, intervenção que fere os direitos da educação.

O Plano Nacional de Educação previa como meta que o Brasil iria chegar a investir até 10% do PIB em educação, com os recursos da exploração do Pré-Sal. Tudo isso está ameaçado pelo governor Bolsonaro, bem como a continuidade do Fundeb.

O próximo passo do governo é cortar as verbas dos Institutos Federais (Ifams). Um grande retrocesso. Nos governos Lula e Dilma, aumentaram de 140 em 2002 para 502 em 2014 o número de Institutos Federais. Foram criadas 362 unidades e campus.

Para enfraquecer mais ainda as universidades, o governo extinguiu 13 mil cargos e funções. Isso inviabiliza muitas ações e atividades das faculdades.

É bom lembrar que em dezembro de 2014, no governo Dilma, o Brasil alcançou o menor desemprego da história. Por que sem trabalho, não há dignidade. O desemprego é um passo para a miséria. Mas o governo não tem nenhuma proposta para aumentar o emprego. Pelo contrário, está até cortando investimentos para construção civil, que tanto gera empregos.

Investir em universidades, pesquisa e ideias para estimular a economia não faz parte desse governo. Lamentável.

Pelas mobilizações que ocorreram neste dia 1o de maio, tudo indica que as lutas estão apenas começando em defesa dos empregos, dos direitos dos trabalhadores, dos professores, das universidades.

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