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NOVEMBRO AZUL: PELO MENOS 20% DOS CÂNCER DE PRÓSTATA SÃO DIAGNÓSTICADOS DE FORMA TARDIA


Pesquisas recentes mostram que pelo menos 20% dos casos de câncer de próstata ocorridos em países desenvolvidos, são diagnosticados de forma tardia, quando as chances de sucesso no tratamento da doença acabam reduzidas. No Brasil e, em especial, no Amazonas, esse número pode chegar a 40%, afirma o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

Presidente da seccional da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Figliuolo tem mais de uma década de experiência na área da oncologia e destaca que, além do preconceito em fazer os exames de rastreio, como o toque retal, a desinformação também contribuiu para que os homens não busquem o diagnóstico precoce.

“Ouvimos muito falar que se a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico), feita através do exame de sangue, estiver ok, não há necessidade de fazer o exame de toque retal, o que é um grande equívoco. São informações como essa que acabam fazendo com que os homens desistam de concluir os procedimentos de rastreio do câncer e, no futuro, sejam surpreendidos com a doença já na fase avançada”, destacou.

Isso porque, tanto o PSA, quanto o toque retal, podem falhar, se feitos individualmente. Mas, quando um é associado ao outro, as chances de um diagnóstico mais preciso são muito maiores. “O câncer de próstata, na fase inicial, é silencioso, não apresenta sintomas. Assim, as pessoas acreditam que estão saudáveis, quando na verdade, pode haver uma alteração se desenvolvendo. E, no caso do câncer de próstata, se tratado precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%”, explicou o urologista.

Ele destaca, ainda, que o rastreio, que inclui PSA, toque retal, entre outros exames de apoio ao diagnóstico, deve ser feito a partir dos 45 anos, para quem tem antecedentes de câncer de próstata na família e por homens negros, e aos 50, para os demais homens. “O ideal é que essa visita ao urologista ocorra uma vez ao ano. Até porque, se diagnosticado na sua fase inicial, o câncer de próstata tende a ser combatido de maneiras menos invasivas, o que reduz de forma significativa as chances desequelas como a impotência sexual e a incontinência urinária”, assegurou.

As modalidades cirúrgicas indicadas podem ser: cirurgia convencional, videolaparoscopia e até cirurgia robótica para a remoção da próstata, com recuperação mais rápida. Há casos, dependendo do estadiamento da doença (extensão), que há a indicação de medicamentos como bloqueadores hormonais e atéradioterapia.

“Reforçamos que a população masculina está envelhecendo e o maior fator de risco para o câncer de próstata é a idade. Hoje, os homens são mais de 100 milhões no Brasil. Destes, 40% têm mais de 40 anos. Com o envelhecimento natural da população, a tendência é que apareçam mais casos de câncer de próstata, considerando, ainda, o aumento da expectativa de vida”, alertou.

Números importantes

- Os homens morrem, em média, sete anos mais jovens que as mulheres;

- Mais de 50% dos homens admite não procurar o médico regularmente;

- Mais de 20% dos diagnósticos do câncer de próstata são feitos com a doença na fase avançada;

- Se diagnosticado na fase inicial, o câncer de próstata tem até 95% de chances de cura. 


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