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PSOL LANÇA CANDIDATO A PREFEITURA DE MANAUS, GAY E ATIVISTA


O PSOL resolveu assumir uma candidatura própria na corrida para a Prefeitura de Manaus. Anunciou pelas redes sociais o nome do produtor cultural Paulo Trindade, para ser o candidato:” PSOL terá ativista gay como pré-candidato à Prefeitura de Manaus”, comemorou a postagem do partido. Paulo Andrade, disse que o PSOL trabalha em conjunto com outras legendas de esquerda, como PT, PCdoB,PSTU, Rede e PSB, mas comemorou a decisão do partido ter candidato próprio:”

Estudantil, na cultura e na comunicação”, disse. 

O presidente do PSOL no Amazonas, Jonas Araújo, explicou a candidatura:

“Nada mais inovador do que lançar em Manaus uma candidatura como a do companheiro Paulo Andrade, homem gay, afro ameríndio, produtor cultural e que representa todas as características de um representante necessário para a esquerda manauara”.

TEXTO DO CANDIDATO NAS REDES SOCIAIS

Diante da pandemia e da crise global, onde a cidade de Manaus repercute negativamente como protagonista nas manchetes nacionais e internacionais, coloco à disposição minha trajetória de vida e de militância para ocupar o Executivo Municipal da cidade.

Precisamos encantar a política, e dar voz ativa aos que historicamente, sempre foram invisibilizados. Represento uma ancestralidade indígena e negra e como parte da comunidade LGBTI+, tenho gratidão pela luta das mulheres que abriram caminhos para existência e a diversidade de corpos, territórios e fronteiras. Principalmente as mulheres indígenas, pretas, trans, por quem nutro profunda admiração. Sempre estive no front da defesa dos direitos civis e humanos, do combate à violência, contribuindo com as ações transformadoras sociais e estruturais dessa maioria inviabilizada.

Chegou a oportunidade de perceber como os 200 anos de estudos de gênero podem impactar a política da vida real. Da vivência dos moradores da Av. Itaúba, ao calçadão da Ponta Negra. Do centro histórico, ao Tarumã, essa proposta busca romper com certos hábitos na política que buscam eternizar racismo, desigualdade e miséria. É inaceitável que, ainda hoje, encontremos pessoas em situação de rua e de abandono, sem moradia digna, imigrantes e em situações de extrema vulnerabilidade, quando temos um número significativo de imóveis sem uso social em diversos bairros da cidade. 

A capital do Amazonas representa cada vez mais, os desafios que precisamos enfrentar no século 21. Precisamos pautar com seriedade e responsabilidade, transporte, mobilidade e modais urbanos que atendam ao mesmo tempo as demandas sociais, a preservação e manutenção do meio ambiente e da nossa saúde. Precisamos debater sobre incentivos à novas oportunidade de trabalho que valorizem as dinâmicas econômicas locais. Precisamos garantir o atendimento efetivo e de qualidade da saúde das populações urbanas, indígenas e ribeirinhas, prejudicadas com a ausência de políticas públicas. Precisamos ir para além do debate do casamento igualitário e uso do nome social e criar condições para acesso à educação e oportunidade de emprego para a população LGBTI+.

Faço parte do setor Cultural, onde não só a Covid-19, mas a necropolítica, alcançaram e massacraram este setor. Não vivemos o novo normal e precisamos perceber a dimensão simbólica, econômica e social que este setor representa, pois a cultura também precisa estar no centro do planejamento para o desenvolvimento da cidade.

Essa proposta busca apresentar uma alternativa que considera a efetividade da política da vida real. Hoje, acontece o marco histórico da primeira candidatura de um pré-candidato abertamente gay, para ocupar o Executivo Municipal. Ao mesmo tempo, temos uma candidatura coletiva ao Legislativo, que apresenta uma força real de ocupar esse espaço político com a representatividade de mulheres. Alguma vez já nos perguntamos quem ocupa esses espaços de tomada de decisão? São pessoas negras? indígenas? ribeirinhos? LGBTI+ ou PCD? O compromisso do PSOL busca apresentar oportunidade e fazer esse debate.

Sabemos que precisamos ecoar nossas vozes e unir forças. O partido desempenha o papel de buscar consolidar uma frente de esquerda, junto a partidos como PCB, PSTU, PT, PSB, Rede e PC do B. Tenho um legado no movimento estudantil, na cultura, na comunicação e LGBTI+. Estou inserido nos debates sobre gênero, sexualidade e direitos humanos. Pensamos uma Manaus que aponte para o futuro e lance alternativas, diante do caos em que se encontra o país.

Agradeço a confiança depositada em mim pelos companheiros e pelas companheiras de militância e por isso, coloco minha trajetória de vida e meu corpo para construção coletiva dessa disputa rumo à Prefeitura de Manaus, sem esquecer da nossa ancestralidade. Então, peço licença à todas, todes e todos para entrar e caminhar junto, na luta por democracia, no combate à desigualdade, a partir de inspirações que vieram antes de nós, e na certeza também que seremos inspiração para muitos no futuro.

Agora é nossa vez!

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