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JORNALISTAS DE A CRÍTICA ESTÃO HÁ 4 MESES SEM VER DINHEIRO


Com dois meses de salário atrasado, as redações dos jornais A Crítica, Manaus Hoje e do Portal A Crítica, que integram a Empresa de Jornais Calderaro, paralisam as atividades a partir desta segunda-feira (07.09), até que o pagamento seja regularizado. Até semana anterior, os jornalistas estavam há quase quatro meses sem receber pagamento pela jornada de trabalho cumprida. Desde 2017 a empresa vem praticando atrasos, negligenciando seu dever básico trabalhista, inclusive em relação às férias dos funcionários. 

A decisão de greve foi uma iniciativa dos próprios funcionários do Grupo Calderaro e tem a adesão de 90% dos profissionais. Por conta da pandemia de covid-19, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM) iniciou um grupo de WhatsApp no último dia 03.09, às 17h42, para manutenção do estado permanente de Assembleia, com reuniões diárias e onde todas as decisões são tomadas pelo coletivo. 

Diante das discussões e da decisão pela paralisação das atividades por tempo indeterminado, tomada pela maioria, o SJPAM encaminhou, na sexta-feira (04/9), o comunicado de greve à direção da empresa.

No mesmo dia, a direção reuniu-se com editores que exigiram a presença do sindicato para negociação. O SJPAM, representado pela presidente, Auxiliadora Tupinambá, pelo advogado da entidade, Ananias Gomes de Souza, e pela secretária executiva, Steffanie Schmidt, esteve presente na reunião convocada pela empresa no mesmo dia, por volta de 19h30. 

A direção do Jornal A Crítica, responsável também pelo Manas Hoje e Portal A Crítica, propôs a suspensão da greve até a quinta-feira, 10.09, quando seriam apresentados os dados de despesa e receita da empresa para ciência dos empregados e construção de um calendário de pagamentos. 

Os representantes dos donos do jornal afirmaram que regularizariam o pagamento da primeira quinzena de julho, no momento que fosse possível, pois não seria um movimento grevista que “faria aparecer dinheiro” para quitar as dívidas trabalhistas. 

Após sair da reunião com a direção da empresa, a direção do SJP/AM, realizou uma nova assembleia virtual, onde os trabalhadores decidiram, por maioria manter a paralisação a partir de segunda-feira (7/9). Os trabalhadores também decidiram manter o quantitativo de 30% da mão de obra grevista trabalhando, conforme prevê a legislação. 

A argumentação é de que a prática de atraso vem sendo adotada pela empresa com regularidade que não cumpre com os prazos estabelecidos para o pagamento. No entendimento da maioria, a proposta apresentada não estabelecia garantias de pagamento e compromisso com a responsabilidade enquanto empregador. 

Durante todo o período crítico da pandemia, os profissionais mantiveram o cumprimento da jornada de trabalho, arriscando-se em busca de informação, mesmo sem o salário em dia. Muitos tiveram casos de covid-19 na família, outros chegaram a contrair a doença sem ter dinheiro para o tratamento. 

Além disso, funcionários reclamam da falta de um protocolo de segurança sanitário em relação à covid-19 que inclui falta de equipamento básico como máscara e cumprimento do uso da mesma no ambiente de redação por parte dos funcionários de outros setores que circulam no local. 

Ação junto ao MPT

Na tentativa de buscar soluções para a quitação dos direitos trabalhistas dos profissionais de A Crítica, o SJPAM juntamente com o Sindicato dos Gráficos, protocolou junto ao Ministério Público do Trabalho, pedido de bloqueio do pagamento de verbas publicitárias por parte da Prefeitura de Manaus e do Governo do Estado para quitação do salário dos trabalhadores. 

A empresa foi informada e chegou a concordar com a solução. No entanto, embora alegue ter passivos a receber, não se manifestou até que a proposta fosse feita via Sindicato ao saber, informalmente, desses valores. O advogado de A Crítica, Enysson Barroso, informou que procurará o MPT na terça-feira (8/9), para informar o interesse da empresa em resolver a questão.

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