CONSUMIDOR PAGA TRES VEZES MAIS QUE A INFLAÇÃO EM ITENS PARA A PÁSCOA
Quem vai celebrar a Páscoa precisa preparar o bolso. Um levantamento do Instituto Brasileiro da Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) aponta que os preços dos itens tradicionais para o período estão o triplo da inflação.
Os dados mostram que os itens de mesa da Páscoa registraram aumento médio de 12%, em comparação com o ano passado. A taxa ficou bem acima da inflação acumulada entre abril de 2022 e março deste ano registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) da 3ª quadrissemana, que foi de 4,81%.Entre para o Telegram do Money Times!
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Segundo o economista e pesquisador do FGV IBRE, Matheus Peçanha, problemas climáticos, forte desvalorização cambial, problemas energéticos, logísticos, entre outros fatores, afetaram a oferta de vários alimentos no país. Com isso, os preços subiram.
Além disso, a última entressafra do leite, no inverno passado, foi particularmente danosa para a inflação do produto, matéria-prima importante dos chocolates, por exemplo.
“A partir do último trimestre de 2022, os custos começaram a desacelerar: o clima melhorou junto com a produtividade do campo, os preços das commodities despencaram. Mas quando olhamos o acumulado dos 12 meses, percebe-se que ainda não foi o suficiente para compensar o cenário anterior”, afirma.
Bacalhau salgado e a Páscoa também
Dos produtos avaliados pela FGV IBRE, os que mais subiram foram os ovos (27,31%), a cebola (22,76%) e alguns industrializados como: bolo pronto (14,51%), atum (12,97%), sardinha em conserva (11,46%) e bacalhau (10,91%).
Na Páscoa não pode faltar chocolate. Neste caso, bombons e chocolates avançaram 9,65%. Nenhum dos itens da cesta recuou de preço nos últimos 12 meses e apenas dois subiram abaixo da inflação geral: batata inglesa e couve, ambos com percentual de 2,23%.
Peçanha ainda ressaltou que o consumidor deve ficar atento em relação aos preços praticados nos próximos dias, já que é comum os preços subirem às vésperas de datas importantes.
“A pesquisa não mostra, em definitivo, a elevação dos itens de Páscoa que o consumidor vai encontrar. Só medimos o que aconteceu com os preços dessa cesta específica nos últimos 12 meses, até março deste ano”, aponta.
Além disso, itens não contemplados no escopo do IPC, como os ovos de Páscoa e colombas pascais, devem sofrer igualmente com essa pressão de demanda. Um levantamento realizado pelo Procon-SP, por exemplo, mostrou diferenças significativas de até 320,46% nos preços dos ovos de Páscoa, de uma loja para a outra.
FONTE: Moneytimes
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