INPA FAZ PRÉ-SOLTURA DE SEIS PEIXES-BOIS DA AMAZONIA EM AMBIENTE SEMINATURAL
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) fez neste sábado (6) a pré-soltura de seis peixes-bois da Amazônia em ambiente seminatural. Os animais sob os cuidados da equipe do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) e da assitência veterinária da empresa Prevet foram transferidos da sede do Inpa, em Manaus, para um lago na Fazenda Santa Rosa, na comunidade do Caldeirão, em Iranduba, onde vão iniciar o processo de adaptação à vida em ambiente próximo natural antes da soltura definitiva nos rios amazônicos.
A pré-soltura dos peixes-bois é uma parte importante do processo de readaptação do animal resgatado. Nessa fase, elessão observados em ambiente seminatural controlado para saber se têm condições de se readaptar e sobreviver em ambiente natural livre. O período no semicativeiro dura de seis meses a um ano, em média, e a soltura em ambiente natural dependerá das condições de readaptação de cada animal.
Esta deve ser a primeira de outras pré-solturas. No decorrer do ano, espera-se levar de 20 a 30 peixes-bois do Inpa, onde os animais vivem em cativeiro, para o semicativeiro. A quantidade é a mesma planejada para a reintrodução na natureza. Desde 2018, 42 animais já foram soltos na natureza, todos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus.
Os seis peixes-bois transferidos são machos, com idade entre 6 e 12 anos, dois deles adultos. Um deles é o Gurupá, e os animais pesam entre 100 e 120 quilos. Antes de serem levados para o lago artificial, abastecido com água de igarapé, os animais passaram por avaliação clínica e nutricional para saber as condições de saúde.
O processo de soltura dos peixes-bois é realizado pelo Inpa, em parceria com a Associação Amigos do peixe-boi (Ampa), e conta com o apoio da Fazenda Santa Rosa e do Fundo de Conservação do SeaWorld.
O LMA do Inpa cuida de 65 peixes-boi entre adultos e filhotes, incluindo esses seis animais da pré-soltura. Em 2023, o Centro Aquático Robin Best do LMA recebeu 15 filhotes resgatados, a maioria órfãos vítimas da caça ilegal.
Segundo D’Affonseca, geralmente, os animais chegam ao Inpa ainda filhotes, resgatados em municípios do interior do Amazonas e até de outros estados da região Norte. No Instituto recebem os cuidados necessários, com os filhotes separados no berçário do Centro Aquático Robin Best.
No local são avaliados, tratados se necessários (alguns chegam debilitados) e amamentados com uma formulação desenvolvida pelo Inpa, com base nas características do próprio leite da espécie. “Após um período de reabilitação de aproximadamente cinco anos os animais aptos são selecionados para o programa de soltura”, contou o veterinário.
Depois, os peixes-bois são levados para os tanques reservados aos animais jovens e adultos, que já se alimentam de verduras como couve, abóbora e feijão-de-corda e de plantas aquáticas coletadas na natureza como alface d'água e capim-membeca. São os animais desses tanques que os visitantes conseguem observar e apreciar durante o passeio no Bosque da Ciência.
FONTE: INPA
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