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LIDERANÇA EXTRATIVISTA É ESCOLHIDA PELA PRESIDÊNCIA DA COP30 COMO REPRESENTANTE DA SOCIEDADE CIVIL AMAZÔNICA NO EVENTO


Uma das principais lideranças das populações extrativistas do país, conhecido por sua luta em defesa dos territórios, o ex-presidente e atual secretário de Formação e Comunicação do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Joaquim Correa de Souza Belo, foi um dos nomes escolhidos pela presidência da 30ª Conferência das Partes (COP30) para atuar como Enviado Especial do evento global, marcado para acontecer este ano no Brasil, em novembro, na cidade de Belém, no Pará.

Os Enviados Especiais irão apoiar no engajamento e na escuta de setores e regiões prioritárias para o sucesso da COP30. Serão 10 enviados para regiões estratégicas, com atuação geral nas regiões que representam, e 20 enviados para setores-chave.

Joaquim Belo está na lista dos 10 enviados para regiões estratégicas. Com uma longa trajetória na defesa das comunidades tradicionais da Amazônia, com participação ativa em conselhos e comitês ligados ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, o líder extrativista irá representar a sociedade civil amazônica no encontro.

Ele defende que os jovens da floresta sejam sujeitos nesse processo. Por isso, está focado na construção de um projeto político e pedagógico, que garanta uma orientação prática e uma sustentação eficaz para o modo de organizar os processos educacionais em uma escola comunitária. “Esta perspectiva prática coopera para definir seu objetivo geral de fazer da Escola um laboratório em termos de experimentos relacionados com o arranjo produtivo local, por meio de uma relação dinâmica com a comunidade e com a floresta”, destaca o secretário de Formação e Comunicação do CNS.

Segundo a presidência da COP30, os Enviados Especiais - que atuarão voluntariamente e em caráter pessoal - serão alguns dos interlocutores para o fluxo de informações e percepções das áreas que representam, o que permitirá que as interações ocorram de forma mais rápida e eficaz.

Os escolhidos, cujos nomes foram anunciados na última quarta-feira (14/05), também serão canais diretos para apresentar demandas e pedidos para a presidência da COP30, atuando como pontos de contato com setores e regiões.

Caixas de ressonância

"A Presidência da COP30 está honrada em ter enviados deste calibre, que ajudarão a construir a conferência com diálogo e ação coletiva. Serão algumas de nossas vozes e ouvidos em setores e regiões estratégicas parte de um esforço conjunto por uma COP30 forte e efetiva na implementação de soluções climáticas", disse a diretora-executiva da COP30, Ana Toni.

Além dos Enviados, a presidência da COP30 anunciou em abril quatro Círculos de Lideranças - Balanço Ético Global, Círculo de Ministros de Finanças, Círculo de Povos e Círculo de Presidentes. Diferentemente dos enviados, que atuarão como caixas de ressonância, os círculos trabalharão em frentes e produtos específicos de apoio à presidência da COP30.

Mais sobre Joaquim Belo

Nascido em 19 de julho, Joaquim Belo é natural de um Projeto de Assentamento Extrativista, no município de Mazagão, Estado do Amapá, localidade que, por volta de 1770, recebeu 163 famílias transferidas de uma possessão portuguesa no Marrocos, na África.

Formado e forjado na Escola-Família Agrícola de Olivan Anchieta, Espírito Santo, nos anos de 1989 a 1992, Joaquim sempre esteve em lugares onde a luta do Movimento Social em defesa dos extrativistas e dos povos da floresta se fez necessária.

Três vezes presidente do CNS, Joaquim foi também Secretário do CNS no Amapá, Conselheiro do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), presidente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Carvão Mazagão, secretário executivo de Relações Interinstitucionais da Rede das Escolas-Família Agrícolas do Carvão Mazagão e membro do Fórum das Associações de Agricultores de Mazagão.

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