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O APETITE DO CONSUMIDOR DEFINE O ANO

Representantes das cadeias produtivas de carnes bovina, suína e de aves apostam em mais oportunidades de crescimento para 2022, dentro e fora do País. Muitas delas são consequências do trabalho que já vem sendo feito para estimular o consumo e conquistar novos mercados. Outras, por incrível que pareça, surgem em meio a problemas que marcaram o ano passado, como o seguimento da pandemia do Covid-19, a queda no poder aquisitivo da população, a escassez de insumos, a desvalorização cambial, os efeitos climáticos e o aumento do custo de produção. O otimismo tem relação direta com padrões de qualidade e sustentabilidade no setor de proteína animal.

No segmento de carne bovina, há grande expectativa quanto às exportações deste ano. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o volume deve ser maior do que 2 milhões de toneladas (equivalente carcaça). “E pela primeira vez devemos chegar aos dois dígitos em faturamento, passando de US$ 10 bilhões”, disse o presidente da entidade, Antonio Jorge Camardelli. Para os dois itens é esperado crescimento de 17,5% sobre o alcançado em 2021.

Além da retomada das vendas para a China, após o final do embargo que durou de setembro a dezembro do ano passado, espera-se o encaminhamento de negociações com mercados valorosos como Coreia, Canadá e Taiwan, que de acordo com Camardelli representam 30% da importação global de carne bovina. “Podemos ter surpresa em algum deles já no primeiro trimestre”, afirmou.

No caso de frangos e suínos, a estimativa para 2022 é produzir, respectivamente, 14,8 milhões e 4,8 milhões de toneladas, com crescimento de 3,3% e 2,9% em relação ao ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Para exportação, seguindo a mesma linha de comparação, a expectativa é, em média, avançar 3,2% com carne de frango, passando de 4,7 milhões de toneladas; e 4,7% na carne suína, com vendas próximas de 1,2 milhão de toneladas.

O mercado interno também não fica atrás em relação às oportunidades. E isso já vinha sendo mostrado no ano passado com a alta do preço da carne bovina, principalmente no segundo semestre, e a população buscando opções mais em conta. Conforme avaliação de Ricardo Santin, presidente da ABPA, “com o boi mais caro, até mesmo nos restaurantes começou a surgir mais espaço para o filé suíno, a carne de frango e o peixe”. Devido a essa e outras similaridades, houve inclusive uma aproximação da entidade com a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR). Para Santin, a pandemia ainda contribuiu para que as pessoas incluíssem mais suíno, frango e peixe no cardápio diário, e dessem mais importância à comida.

Essa mudança de hábito influenciou as estimativas de consumo anual per capita, até mesmo de ovos. De acordo com a ABPA, de 2021 para este ano, os brasileiros devem passar de 255 ovos, em média, para 262. Já a participação dos cortes de frango nessa análise pode crescer de 46 para 48 kg e da carne suína, de 16,8 para 17,3 kg. Para aproveitar essa onda, a ABPA lançou um e-book de receitas culinárias com os três produtos, chamado de Sabor Todo Dia, promovendo ações com influencers de gastronomia, além de criar dois perfis no Facebook: Suíno Gastrô e Ovo Todo Dia.

FONTE: Dinheiro Rural/Romualdo Venâncio

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