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MAGNO REVELA QUE TEMEU TER SIDO ESTUPRADO NA CASA DE ALEJANDRO


Em depoimento à polícia no inquérito que investiga a morte do engenheiro Flavio Rodrigues, o repositor Elielton Magno Junior, 22, afirma que na noite do crime acordou pelado numa cama e que enviou mensagem de texto para a mãe dizendo que não sabia onde estava e temia ter sido violentado. Logo depois, Magno descobriu que a cama era de Alejandro Molina Valeiko, 29, filho da primeira-dama de Manaus.

Ao todo, seis investigados, incluindo Magno e Alejandro, estão presos temporariamente no caso que apura a morte do engenheiro. No depoimento prestado no último dia 7, Magno afirma que não recorda como chegou à casa de Alejandro no domindo 29 de setembro. Ele contou à polícia que, ao acordar, apenas o cozinheiro Vittorio Del Gatto, 67, estava na casa, situada no condomínio Passaredo, bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus.

Magno recorda que, após sair do quarto de Alejandro, onde acordou sem roupa por volta de 20h, encontrou Vitorio na cozinha e pediu um prato de comida. Segundo Magno, o cozinheiro o orientou a comer e depois ir embora, uma vez que seus colegas não estavam na casa. 

À polícia, Magno declarou que estava há “dois dias virado”. De acordo com o suspeito, ele começou a consumir bebida alcoólica e cocaína no Bar Boêmia, localizado no bairro Centro, Zona Centro-Sul de Manaus, na noite do dia 28 de setembro. No depoimento, Magno relatou que na manhã do dia 29 de setembro, ainda no bar, encontrou com Flávio e José Edvandro Martins Junior, 31 anos, conhecido como "Junior Gordo". Magno afirma que até aquele momento não conhecia a vítima, no entanto, já era amigo de Junior há cerca de dois anos. 

Magno foi preso temporariamente no início da tarde do dia 3 de outubro nas dependências da TV A Crítica. Alejandro Molina Valeiko, José Edvandro Júnior, 31, o sargento da Polícia Militar (PM) Elizeu da Paz de Souza, 37, e o agente de portaria Mayc Vinicius Teixeira Parede, 37, também estão presos temporariamente. 

Noite adentro

Consta no interrogatório de Magno que, por volta das 20h30, após acordar e se alimentar, ele saiu em direção à guarita do Passaredo. De acordo com o suspeito, ele entrou em contato com a esposa para ir buscá-lo, mas, em razão de não ter com quem deixar a filha do casal, ela não conseguiu chegar ao local. Quando estava na guarita, Magno diz que um carro branco o abordou. Dentro do veículo estavam Flávio, que dirigia o automóvel, Alejandro no banco do carona e José Edvandro no banco de trás, conforme informou no interrogatório. 

Magno relatou que entrou no carro conduzido por Flávio porque um deles lhe prometeu carona para casa. Os quatros seguiram em direção a um posto de gasolina próximo ao condomínio. No local o engenheiro comprou mais bebida alcoólica e batata salgada paga com o cartão de crédito. Ao retornarem para o Passaredo, Flávio, Alejandro, Edvandro Junior e Elielton ficaram reunidos na sala. Segundo o suspeito, ele ficou sentado no sofá, Flávio em uma das cadeiras da mesa de jantar, Alejandro na cabeceira da mesa e Edvandro Junior na bancada da cozinha. 

Ciúme e confusão

Para as autoridades policiais, Magno afirmou ser heterossexual, porém disse que já manteve relações com homens mediante pagamento. Na sala da residência de Alejandro, no dia 29 de setembro, conforme relatou à delegada Marília Campello Conceição, adjunta da DEHS, o suspeito afirma que sentiu um clima de ciúmes entre Flávio e Alejandro.

O jovem declarou, ainda, que Alejandro não o encarava e sentia que ele era o motivo do desconforto entre os dois rapazes. Questionado sobre ver alguém tendo relações afetivas, Magno negou ter presenciado algo dessa natureza. Ele disse também que não perguntou a nenhum dos três sobre o que teria ocorrido antes, quando foi deixado sozinho e sem roupa. Magno lembra o momento em que Flávio perguntou se podia dormir na casa, pedido autorizado por Alejandro.

Em certo momento, conforme relatou Magno, Junior Gordo apontou para fora da casa e, segundo consta no depoimento, disse: “Ó cara aí, o cara chegou”, logo em seguida, um homem encapuzado, munido de uma arma de fogo de cor prata, teria entrado na residência. O homem teria apontado a arma para a cabeça de Elielton que, em ato contínuo, afirma ter levantado do sofá e saído da casa correndo. Fora do imóvel, ele teria encontrado ao lado do carro branco, outro homem que, por sua vez, teria o agarrado pelas costas e sussurrou: “Ei pô, peraí, peraí”. 

Suspeitas

Indagado se o homem encapuzado anunciou assalto ou perguntou por dinheiro, Magno afirmou não ter ouvido nada. Sobre as possíveis motivações do crime, o suspeito afirmou desconhecer. No entanto, desconfiou do comportamento de Junior Gordo, Alejandro e Flávio, após retornarem da rave e durante a ocorrência. Magno pontuou que durante o suposto assalto, Junior Gordo se manteve calmo e, naquela circunstância, foi o único dos três que ficou desesperado.

O suspeito ao ser questionado se acredita que algum dos envolvidos no caso pode ter chamado os homens encapuzados para irem a casa, diz acreditar que sim, uma vez que Flávio, Junior Gordo e ele não poderiam autorizar a entrada de qualquer pessoa no condomínio. Ao final do depoimento, Magno alega que estava no lugar errado e que confia no trabalho da polícia.

Fonte: A Crítica

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