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WLKER IRÁ ACIONAR ÓRGÃOS DE CONTROLE PARA FISCALIZAR CONTRATOS DO GOVERNO, APÓS ENVOLVIMENTO DE EX-SECRETARIOS DA SUSAM NA OPERAÇÃO SANGRIA


Em Sessão Ordinária híbrida da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) desta quarta-feira, 21, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) afirmou que irá solicitar aos órgãos de controle do Estado que fiscalizem todos os contratos da Secretaria de Estado de Saúde (Susam). O pedido do parlamentar se baseia na reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, veiculada na última segunda-feira, 19, que teve acesso a gravações e mensagens trocadas entre agentes da Susam. O material caracteriza fraude na aquisição de 28 ventiladores de uma loja de vinhos, no valor de R$ 2,9 milhões.

A reportagem mostra que, durante o auge da pandemia da Covid-19 no Amazonas, a alta cúpula do Governo, empresários e integrantes da Susam montaram um esquema de corrupção. A Polícia Federal (PF) diz que houve uma triangulação com superfaturamento final de 133% pelos respiradores inadequados. A PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeitam que o governador Wilson Lima seja o chefe do esquema.

Na semana passada, a PF decretou prisão temporária de cinco suspeitos de envolvimento na fraude. Nos telefones apreendidos, foram encontradas mensagens trocadas pelos investigados. Em uma delas, o ex-secretário da pasta, Rodrigo Tobias, conversa com o ex-secretário executivo adjunto do Fundo Estadual de Saúde, Perseverando Garcia. Tobias afirma que está recebendo algumas demandas do Governador em relação às compras dos respiradores. Por sua vez, Perseverando sugere um processo fantasma para realizar o empenho.

Em outra troca de mensagens, o ex-secretário executivo da saúde, João Paulo Marques dos Santos, pede que Rodrigo Tobias não apague as mensagens trocadas. A PF também suspeita da participação do vice-governador, Carlos Almeida, no processo. “O ex-secretário da saúde canalizava essas demandas, visando a manipulação do processo de aquisição dos respiradores”, disse, em entrevista, o delegado da PF, Henrique Albergaria.

Para Wilker, a atitude dos ex-secretários coloca em xeque todos os contratos firmados na Susam, naquela época. “Me assusta quando um subsecretário afirma para o secretário de saúde, com a maior naturalidade do mundo, que precisa de um processo fantasma para poder causar legalidade no pagamento. Isso é perjúrio. Um ordenador de despesas que sequer maquiou a sua fala, colocando em xeque todos os processos praticados por aquela gestão. Por isso, irei oficializar aos órgãos de controle para fiscalizar os contratos assinados pelos ex-secretários”, explicou Barreto.

O deputado afirmou, ainda, que os desdobramentos da Operação Sangria revelam o “modus operandi” de uma gestão acusada de ser uma “organização criminosa”, conforme a PGR.

“A corrupção é o ‘modus operandi’ deste Governo, que eu chamarei de quadrilha. É uma verdadeira organização criminosa que se apodera de pastas públicas. Se uma secretaria de saúde negociou em cima dos caixões e foi insensível às vidas perdidas, como é que eles estão preocupados em não meter a mão em outras áreas do Estado? ”, questionou o parlamentar, que voltou a criticar a omissão da Assembleia Legislativa sobre os escândalos dos respiradores inadequados.

“Não dá para esta Casa se comportar como se não tivesse acontecido nada no Estado. Votações de projetos são importantes, mas a Assembleia não pode ficar surda e muda no que sai em nível nacional, tratando a pauta como se o Amazonas estivesse voando em céu de brigadeiro, sob pena de ser julgada pela sociedade por omissão ou conluio”, finalizou

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