BLACK FRIDAY: VOLUME DAS VENDAS DEVEM ENCOLHER NESTE ANO; CNC
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sobre a Black Friday 2021 mostra que, apesar da expectativa de avanço no faturamento, a inflação, atualmente em mais de 10% em 12 meses, será obstáculo ao crescimento da data de promoções, prevista para 26 de novembro.
O levantamento da entidade mostra que a Black Friday deste ano deverá movimentar R$ 3,93 bilhões e registrar a maior movimentação financeira desde que a data foi incorporada ao calendário do varejo nacional, em 2010. Com isso, o faturamento das vendas online e presenciais apresentará crescimento de 3,8% ante o evento do ano passado. Mas, descontada a inflação, o volume deve apresentar recuo de 6,5% - o primeiro desde 2016.
Segundo a CNC, a inflação de 10,67% nos 12 meses encerrados em outubro é um obstáculo à expansão do volume de vendas, mesmo em um contexto de aceleração do consumo digital após a pandemia de Covid-19.
Até o início da crise sanitária, o e-commerce brasileiro crescia a uma taxa anual média de 14,1% - ritmo que saltou para 46,2%, de acordo com levantamento baseado nas emissões de notas fiscais eletrônicas computadas pela Receita Federal do Brasil.
O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, explica que, para avaliar o potencial de descontos efetivos durante a data, a CNC coletou, diariamente, mais de 2 mil preços de itens agrupados em 34 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias, encerrados em 16 de novembro.
Destes, 26% revelaram tendências de redução de preços no período – percentual que contrasta com os 46% observados às vésperas da Black Friday de 2020, quando a taxa de inflação era de menos da metade da atual (3,9%).
"Assim, um determinado produto que apresenta altas expressivas (superiores a 10%, por exemplo) no preço mínimo praticado durante as semanas que antecedem a Black Friday tende a apresentar um baixo potencial de desconto efetivo durante o evento promocional", diz o economista.
Pela ordem, os produtos com as maiores chances de descontos efetivos e suas respectivas variações de preços nos últimos 40 dias são headsets (queda de preço de 13%); perfume feminino (-10,4%); creme hidratante (-7,2%); protetor solar e bronzeador (-4,2%); e caixas de som bluetooth (-3,4%). Por outro lado, dado o reajuste recente de preços, as chances de descontos efetivos em consoles de videogames e jogos eletrônicos são reduzidas.
Setores em destaque
Neste ano, os segmentos de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,105 bilhão) e de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 906,57 milhões) deverão responder por mais da metade (51,2%) da movimentação financeira prevista. Tendem a se destacar ainda os ramos de hiper e supermercados (R$ 779,09 milhões) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 693,12 milhões).
A adesão dos diversos segmentos do varejo à Black Friday vem se dando de forma gradual desde a sua incorporação definitiva ao calendário de datas-âncora do setor. Em 2010, apenas os segmentos de móveis e eletrodomésticos, livrarias e papelarias e as lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos estavam envolvidos com o evento.
Em 2011, a data contou com a entrada do ramo de farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos. Em 2012, foi a vez de hipermercados e lojas de informática e comunicação. Finalmente, o ramo de vestuário e acessórios embarcou de forma definitiva a partir da edição de 2017.
O comércio automotivo, as lojas de materiais de construção e os estabelecimentos de vendas de combustíveis e lubrificantes seguem de fora, não registrando variações significativas de faturamento ao longo do mês de novembro.
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