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NATAL DA PESQUISA DE PREÇOS: NO APERTO, CONSUMIDOR PROCURA MAIS ANTES DE COMPRAR


A poucos dias do Natal, as ruas estão cheias, mas a falta de sacolas nas mãos de grande parte de quem passa pela região denuncia: quase na véspera do feriado, o momento ainda é de intensa pesquisa de preços. As entidades que representam o comércio da capital apostam em um Natal melhor que o de 2020 para a maior parte do setor, porém alguns lojistas dizem que a semana, até agora, está decepcionando.

Em uma loja de roupas infantis em um shopping no Centro, a gerente Ana Ramos diz que nenhuma das vendedoras conseguiu bater a meta do mês até agora. “Já era para termos superado a meta a esta altura. O shopping está cheio, mas as lojas estão vazias. As pessoas estão procurando mais por preço. Elas entram, perguntam e saem”, relata.

Também com uma loja de chocolates no shopping e no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul, a gerente Sumaia Zaidan diz que as vendas não superaram a expectativa até então, e seus panetones mais caros devem sobrar nas prateleiras após o Natal. “Compramos muito apostando que venderíamos, mas vamos passar do Natal com um estoque razoável, mesmo cumprindo a meta que tínhamos. As pessoas estão vindo na loja para comprar só uma lembrancinha com preço mais acessível”.

A chef de cozinha Bruna Sanches, 30, tirou o dia para comprar presentes para as mulheres da família no Centro e conta que, neste ano, está pesquisando mais do que o habitual. “Neste ano, tudo encareceu. Se eu vejo que está caro, saio da loja, porque prefiro pesquisar. Vou correr para encontrar tudo”, diz. A contadora Rosilene Nascimento, 47, aproveitava o dia com o filho para rodar o Centro sem objetivo definido de compra, depois de muita pesquisa pela internet. “As coisas aumentaram e acho interessante que as ruas estão cheias e tem loja vazia”, observa. As informações são do Portal O Tempo.

Na região da Savassi, menos cheia que o Centro da cidade no início da tarde desta quarta-feira (22), a vendedora de uma loja de sapatos Thalita Souza comemora as vendas em alta nesta semana, mas explica que bater a meta está demandando mais paciência com o cliente. “As pessoas vêm e voltam três vezes antes de comprar e reclamam do preço. Para presente, os mais vendidos são os produtos mais baratos da loja, fizemos uma seleção de sapatos de R$ 69 a R$ 130 para o Natal e eles são os que mais saem”, detalha.
Maioria deixa para comprar em cima da hora

Comprovando o que já é repetido por comerciantes da cidade, uma pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG) mostra que 82,5% dos mineiros deixaram para comprar presentes somente nesta semana.

No shopping Del Rey, na região da Pampulha, a semana tem surpreendido positivamente, segundo a gerente de marketing Isabela Moreira. “O shopping é bastante democrático e recebe pessoas de diferentes classes sociais. O movimento de levar só uma lembrancinha acontece, mas temos visto um movimento de qualificação do público e o tíquete médio de compra aumentou”, elabora.

Na rede de lojas de brinquedo Estripulia, a expectativa é de crescimento de pelo menos 11% neste Natal, em relação ao anterior. O fluxo de clientes tem sido intenso, segundo o gestor de marketing da marca, Stefan Ledic, e o foco é em brinquedos mais baratos, desta vez. “Fizemos compras estratégicas, já pensando que o poder de compra da população seria reduzido. Mas mesmo em 2020 crescemos, porque os brinquedos se tornaram um item de necessidade enquanto as crianças estavam sem aula em casa”, diz. Neste ano, o segmento com maior saída, que não passa de R$ 100, é o dos “fidget toys”, brinquedos coloridos para estímulo das mãos que simulam, por exemplo, plástico bolha para estourar.

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